Lembras-te quando faltou a luz, no nosso corredor lá naquela escola. Eu lembro-me, de tudo. Podemos voltar lá? Àquele dia em que ainda víamos com clareza devido às janelas das salas, mas ao mesmo tempo, a luz não ofuscava o interior de cada um?
Apaga a luz. Apaga-a, e deixa que fiquemos assim, na sombra. Aposto que veremos o que cada um sente, o que cada um pensa. Porque eu já não aguento mais dúvidas. Já não aguento não saber. Eu sou forte, mas estou cansada. Por isso, deixa entrar a escuridão e olha apenas para o brilho dos meus olhos, que poderás ver mesmo no escuro. Eu farei o mesmo. Vamos ficar assim, apenas a olhar um para o outro, e saberemos o que há para saber. E eu vou poder descansar, depois desta luta que já dura há tempo a mais. Deixa-me perder-me de mim mesma e encontrar-te a ti. E depois tu sais e, pelo caminho, acendes a luz de novo. Depois do silêncio e da magia. Então, eu encontro-me e tu podes finalmente levar de mim o que ficou de ti. Mas ao menos, eu saberei quem realmente és, saberei o que sentes e pensas.
Por agora, apaga a luz.